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Por que eu amo a Saga dos Corvos? Meu livro favorito é mágico. ✨

Eu tenho uma ligação muito especial com a Saga dos Corvos. Eu não vivo falando muito por aqui, mas quem me conhece sabe que é a minha favorita. Antes de ler Os Garotos Corvos, eu já sabia no meu coração que o livro ia entrar na minha lista de favoritos e de fato foi o que aconteceu, mas o que eu não sabia era que a história e a escrita da Maggie Stiefavter impactariam tanto na minha vida e na pessoa que eu sou e que eu quero ser. Eu nunca vou conseguir explicar completamente o que eu sinto ao entrar nesse mundo, ao visitar Henrietta, Viriginia ou Cabeswater na minha cabeça, ao entrar na mente de Blue, Gansey, Adam, Ronan e Noah, ao tocar minha tatuagem de corvo e as muitas outras que eu ainda vou ter em homenagem a esse livro. Com The Raven Cycle eu sinto que a magia é real se você acreditar nela e sei que, de alguma forma, as árvores falam latim. Esse vídeo é um tributo a minha série de livros favorita, é um tributo ao poder da literatura, é um pedacinho do meu coração.
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Obrigada Matheus e Sabrina por embarcarem na minha ideia e me ajudarem a fazer desse vídeo realidade!
Direção e Imagens: @matheus.avi @cactosfolio
Edição: Bettina Winkler

Audiovisual Dicas Livros Transmorfo

Como fazer um booktrailer | E como eu fiz o vídeo de Transmorfo

Fazer booktrailer do seu livro pode ser uma boa estratégia de marketing para ajudar nas vendas e divulgação da sua história.

O ideal seria gravar um vídeo alugando espaços, contratando uma equipe e atores, mas claro que isso sairia muito caro. Além disso, o trabalho se torna ainda mais difícil se o seu livro conta com elementos fantásticos ou locações fora do país. Então como fazer um booktrailer?

Confira o passo a passo que eu usei na construção do booktrailer de Transmorfo.

PESQUISA

Assista booktrailers de livros que você gosta e tente se inspirar. Na minha pesquisa pessoal, fui em busca, principalmente, de livros nacionais, jovem adulto e de suspense.

ROTEIRO

Primeiro, estruture um roteiro, escaleta, ou lista de cenas de como você imagina o seu roteiro.

No exemplo de Transmorfo, eu pensei em cenas genéricas que poderiam se encaixar com o meu livro como por exemplo: neve caindo, sangue escorrendo, pessoas lendo mensagens etc.
Algo que ajudou muito foi escolher uma frase marcante do livro para guia os outros elementos.

Selecionei também uma parte da sinopse para usar como apoio escrito em cards no vídeo e fui alternando com as cenas pretendidas.

BANCO DE IMAGENS

Como mencionado anteriormente, gravar cenas pode custar caro. Transmorfo, por exemplo, se passa no Alasca. Onde eu poderia gravar neve em Salvador, Bahia?
Por causa disso, recorri a bancos gratuitos de imagens para pesquisar vídeos como Pixa Bay, Pexels, Videezy, Coverr e outros.

Levou horas para encontrar cenas que eu gostasse, até porque queria coisas mais específicas e muitas delas não consegui encontrar.

Lembrando que se você puder comprar vídeos nesses bancos, o trabalho se torna mais fácil e o resultado final, único. As imagens que eu usei foram todas gratuitas e livres de direitos.

ÁUDIO

Em busca de criar um impacto maior em meu trailer, eu optei por utilizar o voice over. A minha amiga, Stefany Teixeira, gentilmente concordou em gravar a sua voz, citando um pequeno trecho do meu livro.

Na minha opinião, essa foi a chave para que o booktrailer ficasse mais dinâmico e interessante.

Além disso, procurei uma música, também livre de direitos, que combinasse com o tom misterioso do livro. A biblioteca do youtube é uma fonte valiosa para encontrar, gratuitamente, todo tipo de música.

EDIÇÃO

No exemplo de Transmorfo, eu tentei montar as cenas em sincronia com a música, mas isso não é necessário.

Utilizei o programa Adobe Premiere.

Se você não tem afinidade com edição de vídeo pode também contratar um editor, mas acredito não ser necessário muita experiência para fazer um booktrailer, já que as principais funções utilizadas são o famoso “cortar e colar”. Mas, claro, tudo depende do que você almeja para o seu vídeo.

Por fim, basta divulgar o nome e a capa do seu livro no final, sempre lembrando de deixar o link das suas redes sociais e locais de compra do seu livro.

Espero ter ajudado!

Confira o trailer de Transmorfo no início desse post.

Audiovisual Autoria cinema redação

ANTES DO AMANHECER SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA REALISTA DO CINEMA

A ORIGEM DO TEXTO

Esse texto é fruto de um trabalho que fiz para a aula de Teorias do Cinema no quarto semestre da faculdade de Cinema e Audiovisual. Aborda um dos meus filmes favoritos “Antes do Amanhecer” sob a perspectiva da Teoria Realista, além disso é um texto que me deixou muito orgulhosa e que me deu muito prazer em redigir, refletindo assim na maravilhosa nota que me foi dada por uma professora incrível que tem minha gratidão e é alvo de minha inspiração até hoje.

Não sou nenhuma expert no assunto, não sou crítica de cinema nem nada do tipo, mas a partir de várias pesquisas e leituras, além das aulas anteriormente mencionadas, pude juntar a teoria com o tipo de filme que eu sonho um dia poder fazer. 

A Teoria Realista é fortemente retratada na trilogia “Before” e expliquei um pouco dos motivos, tomando como referência o primeiro filme.

Sinopse

Jesse, um jovem americano, e Celine, uma linda francesa, se conhecem no trem para Paris, e começam uma conversa que os leva a fazer uma escala em Viena e ficar um pouco mais juntos, sem imaginar o que o destino os reserva.

O TEXTO

Antes do Amanhecer é o primeiro filme da trilogia “Antes” lançado em 1995, dirigido por Richard Linklater produzido pelos Estados Unidos, Suíça e Áustria. A obra conta a história de Celine e Jesse, interpretados por Julie Delpy e Ethan Hawke, um casal que se conhece em um trem com destino a Paris. Eles entram em uma conversa interessante e, apesar do encontro breve, decidem passar mais tempo juntos. Jesse convence Celine a descer do trem em Viena e passar a noite com ele enquanto aguarda por um voo marcado para a manhã seguinte. Juntos, eles adentram numa cadeia de conversas profundas e questionamentos sobre ciência, sociedade, costumes, a vida de forma geral e abrangente, resultando no florescer de um romance.

O “cinema da alma”

O longa é carregado de propriedades fincadas na teoria realista, defendida por teóricos como André Bazin e Siegfried Kracauer, que prezavam pela transformação da realidade em história. A todo momento, essa é a sensação que o filme transmite ao espectador, a ilusão de tempo real sendo vivido, ou de “verdadeira continuidade” como diria Bazin.

Desde o começo, é mostrada a paisagem pela janela do trem, seguida de planos sequências que acompanham o movimento e os diálogos dos personagens, assim como o uso de planos over the shoulder, sempre incluindo um personagem e a sombra do outro, dando a ideia de que a câmera está ali apenas de um ponto de vista observativo contemplando a conversa dos dois. Era o que Bazin acreditava ser o “cinema da alma” que qualificava o cinema como um reflexo da alma do cineasta, fazendo da câmera uma mera observadora.

PLANOS E LOCAÇÕES

As propriedades técnicas do cinema são utilizadas para apoiar a sua função básica que seria mostrar o mundo ao espectador. O universo apresentado nesse caso é um mundo cotidiano, desde o encontro dos protagonistas no trem até o passeio pela cidade de Viena, sempre dando destaque as paisagens e pontos turístico, utilizando de movimentos de câmera como panorâmica de cima para baixo para localizar os personagens. A Roda Gigante (Riesenrad), o Kleines Café e o museu Albertina são alguns dos lugares que os protagonistas visitam.

PLANOS LONGOS E O ROTEIRO

O roteiro deles é espontâneo. Logo quando Jesse e Celine chegam em Viena, eles entram em um bonde que anda pela cidade. Essa cena é um dos muitos planos sequência que seguem os personagens enquanto o diálogo acontece, um jogo de perguntas que os ajuda a se conhecerem melhor. São mais de cinco minutos seguidos, sem cortes.

A obra conta frequentemente com o uso de planos longos, sejam eles com diálogos ou em silêncio, muitas vezes utilizando o movimento do travelling. Esses planos longos se repetem em diversos momentos, como por exemplo, na cabine de som enquanto ouvem uma música e no parque de diversões enquanto andam e conversam. O filme sempre se utiliza de artifícios para evitar cortes na montagem, um dos principais princípios da teoria realista, defendida por André Bazin.

PROFUNDIDADE DE CAMPO

Outro aspecto descrito pelo teórico é uso da profundidade de campo e uma das cenas que apresenta essa técnica vem logo em seguida a de um plano sequência. Um poeta, artista de rua, para o casal na beira do lago para oferecer os seus serviços. A troca de foco ocorre dos protagonistas para o pedinte, sem utilizar nenhum corte, mudança de plano ou sequer movimento de câmera. Depois disso, Jesse e Celine seguem conversando enquanto o homem escreve o poema.

A CÂMERA QUE OBSERVA

Além disso, algumas técnicas, usadas para manter a sensação de que a câmera está apenas observando o mundo visível e fotografável, também são exploradas. Em alguns momentos a câmera segue os pés dos personagens para só depois mostrar os seus rostos, nesse momento a voz off é utilizada, um artifício que foge do aspecto realista, dessincronizando som e imagem, mas que não destoa da estética por criar a ilusão de acompanhamento dos personagens. Uma técnica similar também é utilizada quando o casal, filmado de costas, se afasta da câmera e a conversa continua em voz baixa até a mudança de plano ocorrer.

Outro momento em que a câmera se torna uma mera presenciadora é quando os personagens saem de cena e a imagem se mantém na mesma locação, criando a ilusão de que a filmagem estaria ocorrendo de qualquer maneira, mesmo se eles não tivessem passado por ali.

Há ainda a cena do restaurante, que segue essa mesma linha de observação do acaso, que apesar de contar com cortes, mostra pessoas aleatórias em seus cotidianos, interagindo — ou não —, comendo, bebendo e etc. Diversos indivíduos são exibidos antes da trama voltar para os protagonistas e dar continuidade a história. Mais uma vez é como se eles só estivessem ali por acaso e a câmera fosse continuar filmando a realidade independentemente de suas presenças.

TRILOGIA BEFORE

É válido mencionar também a existência dos os outros dois filmes da trilogia, Antes do Entardecer e Antes da Meia Noite, cada um com um intervalo de nove anos entre eles, lançados em 2004 e 2013 respectivamente. Essa característica é única e contribui um toque especial ao realismo imposto nessas obras já que os atores continuam interpretando os mesmos personagens só que mais velhos e com novas experiências de vida. Este aspecto, juntamente com os diálogos como peças centrais e fundamentais da obra, e a visão inovadora de um tema tão abordado como o amor, dão a Linklater um estilo único que pode ser associado a Política dos Autores, movimento que pregava pela valorização do estilo e ia de encontro a estrutura do cinema comercial. Os estudos de André Bazin tiveram grande influência nesse movimento, fazendo desse elemento mais um dos aspectos do realismo.

Toda trilogia mantêm o mesmo estilo realista repleto de diálogos, planos sequência, jogo de foco e profundidade de campo, panorâmicas apresentado outras locações, dessa vez em Paris e na Grécia.

A ARTE DO REAL

Antes do Amanhecer é uma obra audiovisual única, composta de elementos que aproximam o espectador do produto, os identificam num mundo verossímil e criam uma relação entre os protagonistas e quem os assiste, com o tempo passado para eles e o tempo real, dando a ilusão do cinema a característica de arte do real.