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Dicas literatura e escrita criativa Livros redação

LIVROS PARA QUEM QUER LER EM INGLÊS

Revivendo a minha parceria com a Alice do @alicescreve, decidi transformar o vídeo em post e trazer para vocês alguns títulos para quem está querendo ler livros em inglês, mas não sabe por onde começar.

https://www.youtube.com/watch?v=iN9j4jP5qK0

Pollyanna

Sinopse: Pollyanna, uma menina de onze anos, após a morte de seu pai, um missionário pobre, se muda de cidade para ir morar com uma tia rica e severa que não conhecia anteriormente. No seu novo lar, passa a ensinar às pessoas o “jogo do contente” que havia aprendido com o seu pai.

Pollyanna era meu livro favorito na infância e eu já tinha lido em português diversas vezes, antes de comprar essa versão linda de capa dura em inglês. Se você ainda está meio inseguro em dar uma chance a sua primeira história em língua estrangeiras, aqui vão duas dicas.

  • Escolha um livro infantil.
  • Escolha um livro que você já está familiarizado com a história ou já leu em português antes.

It’s kind of a funny story

Sinopse (do filme): Estressado pela adolescência, Craig Gilner, de 16 anos, decide se internar em uma clínica de saúde mental. Infelizmente, a ala jovem está fechada, portanto ele tem que passar a sua estadia de cinco dias com adultos. Um deles, Bobby, rapidamente se torna seu mentor e passa a protegê-lo. Enquanto isso, Craig se sente atraído por uma jovem adolescente, Noelle, que pode ser a cura de que ele precisa para esquecer uma paixão não correspondida.

Eu amava esse filme e assisti umas mil vezes antes de descobrir que era um livro. Depois da descoberta, fiquei louca pra ler e não encontrava em lugar nenhum. Até que um dia, como quem não quer nada, achei na Livraria Cultura e tive que fazer uma vaquinha com meus amigos que estavam comigo porque fiquei com medo de não achar nunca mais. Uns dois anos depois disso, o português foi lançado.

Vale mencionar que o filme é bem fiel a livro, pelo menos, na minha opinião.

Mais uma dica:

  • Se a história foi adaptada para o audiovisual, assista antes de ler. Pode ser uma boa saída se você não quiser ler o livro inteiro em português para ler todo em inglês outra vez.

The perks of being wallflower

Sinopse: Um jovem tímido se esconde em seu próprio mundo até conhecer dois irmãos que o ajudam a viver novas experiências. Embora esteja feliz nessa nova fase, ele não esquece as tristezas do passado, que têm origem em uma chocante revelação.

Esse é mais um com uma maravilhosa adaptação cinematográfica que foi dirigida e escrita pelo próprio autor do livro. Não tinha como dar errado.

Eu vi primeiro o filme e depois li o livro em português. Apaixonada que fiquei pelo filme e pelo livro, fui atrás da versão paperback em inglês por causa da capa que achava a coisa mais linda. A linguagem dele é bem fácil de acompanhar, principalmente porque é em formato de cartas ne. Muitos pedaços das cartas têm no filme igualzinho.

  • Além da literatura infantil, livros jovem adulto e os chamados contemporary podem ser mais fáceis de ler do que por exemplo um livro de fantasia que, muitas vezes, usam palavras muito específicas e até mesmo inventadas.

Looking for Alaska

Sinopse: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras. Cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez.

Quem me conhece sabe que esse é um dos meus livros favoritos da vida e meu objetivo de vida ainda é ter todas as edições. Sou apaixonada. Eu tenho três aqui. Eu li a versão em português e logo fiquei fissurada pra ler em inglês também. Os livros do John Green fazem parte da categoria de “Contemporary” que mencionei anteriormente e, apesar de não lido todos os outros em inglês, acredito que a linguagem também seja de fácil compreensão.

Li apenas o mais recente, Turtles all the way down (na impaciência de esperar a tradução) e foi bem tranquilo de entender.

Sharp objects

Sinopse: Com reviravoltas surpreendentes, Sharp Objects: Objetos cortantes narra o retorno da repórter Camille Preaker, recém-saída de um hospital psiquiátrico, à sua cidade natal para investigar o brutal assassinato de uma menina e o desaparecimento de outra.

Morrendo de vontade de assistir a série e já fascinada pelo que já tinha visto/lido da Gillian Flynn, li Sharp Objects em inglês e o meu amor pela escrita da autora só aumentou. Um dia, se possível quero comprar a coleção completa dela em inglês.

  •  Na hora de escolher um livro para ler em inglês, o gênero de suspense também é um válido a se considerar já que, normalmente, esse tipo de leitura presa pela fluidez de uma leitura rápida.

Esses foram alguns dos livros que eu tenho inglês que super indico principalmente para quem está começando a se arriscar nas leituras estrangeiras.

Não esqueçam de conferir as indicações da Alice lá no @alicescreve

E se quiserem compartilhem com a gente os livros em inglês que você indica ou gosta com a tag #rolenaestante

Até a próxima.

Autores Dicas redação

Terminei o meu livro e agora? 5 passos para publicar o seu livro.

Você terminou de escrever o primeiro rascunho do seu livro e não sabe o que fazer em seguida? Então esse post é para você.

Ao terminar de escrever o meu primeiro livro, pensei que a parte mais difícil já tinha passado, quando na verdade, escrever o primeiro rascunho é a parte mais fácil de todo o processo literário.

Algumas pessoas podem até não concordar comigo sobre ser a parte mais fácil, mas com certeza, é a parte mais divertida.

De qualquer forma, para chegar do primeiro rascunho até a publicação há algumas etapas essenciais a serem seguidas.

5 ETAPAS PARA PUBLICAR O SEU LIVRO

1 .Revisão

Existem vários tipos de revisão. Depois de deixar o seu livro descansando por um tempo, faça uma leitura crítica da sua obra, acrescente ou elimine cenas, procure por furos no plot e inconsistência dos personagens. Conserte e adapte o que funciona melhor para a sua história.

Em uma nova revisão, procure por erros de gramática e ortografia. Em seguida faça uma última revisão para que o texto fique mais fluido.

Pessoalmente, eu faço todas as revisões ao mesmo tempo o que, definitivamente, não é ideal já que a minha mente fica focada em erros de diferentes tipos. Isso faz com que eu revise inúmeras vezes, muito mais do que três. Não recomendo o meu método para ninguém, mas infelizmente, minha mente funciona dessa forma.

Revise quantas vezes achar necessário, mas lembre-se de abandonar o perfeccionismo. O livro sempre terá erros se você procurar. É preciso estabelecer um limite para que você não fique eternamente preso na revisão.

2. Leitores Betas

A leitura Beta é mais um tipo de revisão, porém diante do olhar de uma pessoa de fora. Um leitor enxergará o livro diferente do jeito que você, autor, enxerga. Por isso é importante consultá-los. Peça a pessoas da sua confiança para que leiam seu livro. Elabore um questionário para que o seu leitor beta possa responder no final e peça sua opinião sincera sobre a história. Às vezes, ele pode enxergar um erro imperceptível para você. 

3. Registro de direitos

Para alguns, essa etapa é desnecessária, mas considero o registro de direitos muito importante.

Se você pretende mostrar a sua história para o mundo, é bom se certificar de que a sua história está segura, tanto para não roubarem a sua ideia quanto para que não te acusem de plágio.

No site da Biblioteca Nacional há um formulário que você deve imprimir e preencher. Juntamente com o formulário, anexe o comprovante de pagamento do GRU (também disponível no site, assim como uma tabela de preços), cópia de seus documentos e o seu livro impresso com páginas enumeradas e assinatura ou rubrica em TODAS as folhas.

Consulte o site da Biblioteca Nacional para saber mais.

4. Pesquisa e Decisão

Chegou a hora de tomar uma decisão sobre o tipo de publicação que você quer para o seu livro: tradicional, paga ou independente.

Para isso é necessário muita pesquisa.

  • Para que seu livro chegue até as editoras tradicionais (as grandes como Rocco, Record, Companhia das Letras, etc.) é necessário procurar um profissional especializado e/ou agência literária.
  • Na publicação paga, feita com editoras menores, é preciso ter, bom, dinheiro, claro. Mas lembre-se de pesquisar muito, olhe no site do Reclame Aqui e procure conversar com autores da Editora escolhida para saber se vale a pena investir.Não esqueça também de procurar saber sobre a distribuição em livrarias e como será o retorno financeiro (através de porcentagem de direitos ou uma quantidade de livros para revender)
  • Se você optar pela publicação independente, vai precisar investir dinheiro também. Contratar um revisor e um capista é essencial para que o seu produto tenha qualidade antes de ser publicado. Se possível, procure também uma assessoria literária para te ajudar com a parte do marketing.
    Você também precisará decidir se seu livro estará disponível apenas digitalmente (em Plataformas como a Amazon ou Wattpad) ou se optará pelo formato impresso. Para isso uma nova pesquisa deve ser feita para encontrar a melhor gráfica para você. Isso vai depender também da quantidade de livros que você pretende imprimir.

5. Publicação

Durante o processo de publicação algumas etapas vão acontecer: revisão, copidesque, confecção da capa, etc. Tudo vai depender do tipo de publicação escolhido.

Antes da publicação invista seu tempo em marketing, especialmente o digital feito através das redes sociais. Se escolher publicar através de editoras não conte apenas com a divulgação feita por ela. Venda seu peixe!

YOUTUBE

Confira o meu vídeo de dicas de como NÃO publicar o seu livro, baseadas em experiências que já tive com o mercado literário.

E aí, curtiram as dicas? Estão pensando em publicar um livro? Conta para mim nos comentários.

Audiovisual Autoria cinema redação

ANTES DO AMANHECER SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA REALISTA DO CINEMA

A ORIGEM DO TEXTO

Esse texto é fruto de um trabalho que fiz para a aula de Teorias do Cinema no quarto semestre da faculdade de Cinema e Audiovisual. Aborda um dos meus filmes favoritos “Antes do Amanhecer” sob a perspectiva da Teoria Realista, além disso é um texto que me deixou muito orgulhosa e que me deu muito prazer em redigir, refletindo assim na maravilhosa nota que me foi dada por uma professora incrível que tem minha gratidão e é alvo de minha inspiração até hoje.

Não sou nenhuma expert no assunto, não sou crítica de cinema nem nada do tipo, mas a partir de várias pesquisas e leituras, além das aulas anteriormente mencionadas, pude juntar a teoria com o tipo de filme que eu sonho um dia poder fazer. 

A Teoria Realista é fortemente retratada na trilogia “Before” e expliquei um pouco dos motivos, tomando como referência o primeiro filme.

Sinopse

Jesse, um jovem americano, e Celine, uma linda francesa, se conhecem no trem para Paris, e começam uma conversa que os leva a fazer uma escala em Viena e ficar um pouco mais juntos, sem imaginar o que o destino os reserva.

O TEXTO

Antes do Amanhecer é o primeiro filme da trilogia “Antes” lançado em 1995, dirigido por Richard Linklater produzido pelos Estados Unidos, Suíça e Áustria. A obra conta a história de Celine e Jesse, interpretados por Julie Delpy e Ethan Hawke, um casal que se conhece em um trem com destino a Paris. Eles entram em uma conversa interessante e, apesar do encontro breve, decidem passar mais tempo juntos. Jesse convence Celine a descer do trem em Viena e passar a noite com ele enquanto aguarda por um voo marcado para a manhã seguinte. Juntos, eles adentram numa cadeia de conversas profundas e questionamentos sobre ciência, sociedade, costumes, a vida de forma geral e abrangente, resultando no florescer de um romance.

O “cinema da alma”

O longa é carregado de propriedades fincadas na teoria realista, defendida por teóricos como André Bazin e Siegfried Kracauer, que prezavam pela transformação da realidade em história. A todo momento, essa é a sensação que o filme transmite ao espectador, a ilusão de tempo real sendo vivido, ou de “verdadeira continuidade” como diria Bazin.

Desde o começo, é mostrada a paisagem pela janela do trem, seguida de planos sequências que acompanham o movimento e os diálogos dos personagens, assim como o uso de planos over the shoulder, sempre incluindo um personagem e a sombra do outro, dando a ideia de que a câmera está ali apenas de um ponto de vista observativo contemplando a conversa dos dois. Era o que Bazin acreditava ser o “cinema da alma” que qualificava o cinema como um reflexo da alma do cineasta, fazendo da câmera uma mera observadora.

PLANOS E LOCAÇÕES

As propriedades técnicas do cinema são utilizadas para apoiar a sua função básica que seria mostrar o mundo ao espectador. O universo apresentado nesse caso é um mundo cotidiano, desde o encontro dos protagonistas no trem até o passeio pela cidade de Viena, sempre dando destaque as paisagens e pontos turístico, utilizando de movimentos de câmera como panorâmica de cima para baixo para localizar os personagens. A Roda Gigante (Riesenrad), o Kleines Café e o museu Albertina são alguns dos lugares que os protagonistas visitam.

PLANOS LONGOS E O ROTEIRO

O roteiro deles é espontâneo. Logo quando Jesse e Celine chegam em Viena, eles entram em um bonde que anda pela cidade. Essa cena é um dos muitos planos sequência que seguem os personagens enquanto o diálogo acontece, um jogo de perguntas que os ajuda a se conhecerem melhor. São mais de cinco minutos seguidos, sem cortes.

A obra conta frequentemente com o uso de planos longos, sejam eles com diálogos ou em silêncio, muitas vezes utilizando o movimento do travelling. Esses planos longos se repetem em diversos momentos, como por exemplo, na cabine de som enquanto ouvem uma música e no parque de diversões enquanto andam e conversam. O filme sempre se utiliza de artifícios para evitar cortes na montagem, um dos principais princípios da teoria realista, defendida por André Bazin.

PROFUNDIDADE DE CAMPO

Outro aspecto descrito pelo teórico é uso da profundidade de campo e uma das cenas que apresenta essa técnica vem logo em seguida a de um plano sequência. Um poeta, artista de rua, para o casal na beira do lago para oferecer os seus serviços. A troca de foco ocorre dos protagonistas para o pedinte, sem utilizar nenhum corte, mudança de plano ou sequer movimento de câmera. Depois disso, Jesse e Celine seguem conversando enquanto o homem escreve o poema.

A CÂMERA QUE OBSERVA

Além disso, algumas técnicas, usadas para manter a sensação de que a câmera está apenas observando o mundo visível e fotografável, também são exploradas. Em alguns momentos a câmera segue os pés dos personagens para só depois mostrar os seus rostos, nesse momento a voz off é utilizada, um artifício que foge do aspecto realista, dessincronizando som e imagem, mas que não destoa da estética por criar a ilusão de acompanhamento dos personagens. Uma técnica similar também é utilizada quando o casal, filmado de costas, se afasta da câmera e a conversa continua em voz baixa até a mudança de plano ocorrer.

Outro momento em que a câmera se torna uma mera presenciadora é quando os personagens saem de cena e a imagem se mantém na mesma locação, criando a ilusão de que a filmagem estaria ocorrendo de qualquer maneira, mesmo se eles não tivessem passado por ali.

Há ainda a cena do restaurante, que segue essa mesma linha de observação do acaso, que apesar de contar com cortes, mostra pessoas aleatórias em seus cotidianos, interagindo — ou não —, comendo, bebendo e etc. Diversos indivíduos são exibidos antes da trama voltar para os protagonistas e dar continuidade a história. Mais uma vez é como se eles só estivessem ali por acaso e a câmera fosse continuar filmando a realidade independentemente de suas presenças.

TRILOGIA BEFORE

É válido mencionar também a existência dos os outros dois filmes da trilogia, Antes do Entardecer e Antes da Meia Noite, cada um com um intervalo de nove anos entre eles, lançados em 2004 e 2013 respectivamente. Essa característica é única e contribui um toque especial ao realismo imposto nessas obras já que os atores continuam interpretando os mesmos personagens só que mais velhos e com novas experiências de vida. Este aspecto, juntamente com os diálogos como peças centrais e fundamentais da obra, e a visão inovadora de um tema tão abordado como o amor, dão a Linklater um estilo único que pode ser associado a Política dos Autores, movimento que pregava pela valorização do estilo e ia de encontro a estrutura do cinema comercial. Os estudos de André Bazin tiveram grande influência nesse movimento, fazendo desse elemento mais um dos aspectos do realismo.

Toda trilogia mantêm o mesmo estilo realista repleto de diálogos, planos sequência, jogo de foco e profundidade de campo, panorâmicas apresentado outras locações, dessa vez em Paris e na Grécia.

A ARTE DO REAL

Antes do Amanhecer é uma obra audiovisual única, composta de elementos que aproximam o espectador do produto, os identificam num mundo verossímil e criam uma relação entre os protagonistas e quem os assiste, com o tempo passado para eles e o tempo real, dando a ilusão do cinema a característica de arte do real.