autora | roteirista | tradutora

Dicas Escrita nanowrimo

PREPTOBER: me preparando para PERDER o NANOWRIMO 2020

Não, você não entendeu errado. Eu vou perder o Nanowrimo.

Por que?

Bem, eu não tenho minha história bem desenvolvida ainda para estruturar ela a tempo do Nano. Mesmo assim, eu decidi que vou participar.

Depois de ver o vídeo de uma das minhas authortubers (autoras youtubers) favoritas, a Shaelin Bishop, eu percebi que, assim como ela, eu estava pensando em não participar do Nanowrimo só porque eu sabia que iria perder.

Mas o Nanowrimo é muito mais do que ganhar.

Todas as vezes que eu perdi o nano ou o camp eu sai no lucro, com a minha história muito mais desenvolvida e com uma quantidade de palavras escritas.

A ideologia do Nanowrimo é que você passe o mês da escrita, novembro, escrevendo. E é isso que eu vou fazer.

Cinquenta mil palavras é muito para algumas pessoas e é pouco para outras, isso porque cada um tem seu processo de escrita.

Apesar de eu contar muito com o planejamento e outline, eu tenho percebido que o meu processo vem sendo cada vez mais intuitivo, descobrindo as coisas no caminho. Na verdade, ele sempre foi um pouco assim.

Então, eu resolvi abraçá-lo.

Nesse Nanowrimo eu vou abraçar o “fracasso” e vou escrever mesmo que seja para perder, especialmente se for para perder, e tenho certeza que vou acabar o mês com muito mais do eu imaginava.

Além disso, eu estou precisando urgente recomeçar uma rotina de escrita. Ultimamente eu tenho escrito muito esporadicamente por causa dos meus outros afazeres e eu quero muito que isso mude. O Nanowrimo é a oportunidade perfeita.

Ainda assim, confira alguns preparativos que valem a pena:

PREPTOBER

Página de brainstorming

Eu sempre digo isso: escreva tudo! Mesmo o que acha besta, mesmo o que você acha que vai lembrar depois. Não deixe de anotar todas as ideias que vierem à sua cabeça, não importa a hora que vierem. Tudo pode ser aproveitado.

Documentar o seu progresso

Seja num bullet jornal, no trello, ou só no site do nano o importante é registrar o seu progresso e acompanhar sua evolução. E se quiser realmente se aventurar, grave um vlog, mesmo que você acabe não postando, é muito legal ter esse tipo de recordação guardada.

Interagir com outros autores que também estão participando

Fique de olho nas tags do #nanowrimo2020 no Instagram, procure por vlogs (algumas pessoas postam vlogs semanais ou até mesmo diários), comente com outros autores, tweet. Falar sobre o Nano pode ajudar muito a te incentivar.

Acessórios de ajuda

Trello, Notion, Pinterest, Youtube. Faça uma capa Canva ou uma playlist no Spotify. Qualquer ajuda é bem-vinda.

Fique ligado no Nanowrimo Brasil

Lá vão ter peptalks, sprints, word wars (competição de escrita) e você pode até ganhar um adesivo, basta preencher o formulário e pagar o frete.

Confira mais algumas dicas aqui mesmo no blog!

E aí? Você vai participar do Nanowrimo esse ano? Me conta um pouquinho do seu projeto e das suas metas!

Autoria Meus Textos

Eu não sou produtiva

Eu não sou produtiva o tempo todo, na verdade, estou bem longe disso. Eu não tenho coragem/vontade de falar sobre a minha saúde mental na Internet, apesar de saber o quão importante é falar sobre esses assuntos, conscientizar, quebrar tabus. Na maioria dos dias, eu gostaria de não ter que trabalhar com a Internet para ser escritora, mas as vezes também encontro um apoio tão bonito nas redes sociais que me acalenta, de certa forma. Eu evito comentar assuntos polêmicos (mesmo os que me atingem profundamente) por ansiedade e medo de linchamento virtual, cancelamento e, até mesmo, um simples confronto. Eu não leio tanto quanto os ig literários e me sinto culpada por isso. Minha escrita é cheia de falhas, eu ainda estou aprendendo, sempre estarei aprendendo. Meus primeiros livros praticamente não têm representatividade e, embora isso seja uma falha, são histórias que eu ainda amo e gostaria que fossem lidas. Eu não concordo com um monte de regras que as pessoas ditam no mundo literário e no mercado editorial. Eu comparo o meu número de seguidores e de inscritos com os de outras pessoas e fico me perguntando o que estou fazendo de errado para não estar crescendo igual a, b e c. Às vezes, a vida e mente das pessoas parecem perfeitas quando a gente olha o Instagram delas, mas não é bem assim. Esse post é um lembrete disso. Se você viu as minhas fotos/vídeos/posts e pensou “ela tem tudo sob controle” saiba que eu não tenho não. Mas tá tudo bem, a maioria das pessoas não tem. Tamo junto.

Dicas literatura e escrita criativa

LIVROS PARA QUEM QUER LER EM INGLÊS

Revivendo a minha parceria com a Alice do @alicescreve, decidi transformar o vídeo em post e trazer para vocês alguns títulos para quem está querendo ler livros em inglês, mas não sabe por onde começar.

Mas, se preferir assistir o vídeo, olha ele aqui:

E tem mais algumas indicações lá no IGTV da Alice no Instagram. Não deixe de conferir.

Pollyanna

Sinopse: Pollyanna, uma menina de onze anos, após a morte de seu pai, um missionário pobre, se muda de cidade para ir morar com uma tia rica e severa que não conhecia anteriormente. No seu novo lar, passa a ensinar às pessoas o “jogo do contente” que havia aprendido com o seu pai.

Pollyanna era meu livro favorito na infância e eu já tinha lido em português diversas vezes, antes de comprar essa versão linda de capa dura em inglês. Se você ainda está meio inseguro em dar uma chance a sua primeira história em língua estrangeiras, aqui vão duas dicas.

  • Escolha um livro infantil.
  • Escolha um livro que você já está familiarizado com a história ou já leu em português antes.

It’s kind of a funny story

Sinopse (do filme): Estressado pela adolescência, Craig Gilner, de 16 anos, decide se internar em uma clínica de saúde mental. Infelizmente, a ala jovem está fechada, portanto ele tem que passar a sua estadia de cinco dias com adultos. Um deles, Bobby, rapidamente se torna seu mentor e passa a protegê-lo. Enquanto isso, Craig se sente atraído por uma jovem adolescente, Noelle, que pode ser a cura de que ele precisa para esquecer uma paixão não correspondida.

Eu amava esse filme e assisti umas mil vezes antes de descobrir que era um livro. Depois da descoberta, fiquei louca pra ler e não encontrava em lugar nenhum. Até que um dia, como quem não quer nada, achei na Livraria Cultura e tive que fazer uma vaquinha com meus amigos que estavam comigo porque fiquei com medo de não achar nunca mais. Uns dois anos depois disso, o português foi lançado.

Vale mencionar que o filme é bem fiel a livro, pelo menos, na minha opinião.

Mais uma dica:

  • Se a história foi adaptada para o audiovisual, assista antes de ler. Pode ser uma boa saída se você não quiser ler o livro inteiro em português para ler todo em inglês outra vez.

The perks of being wallflower

Sinopse: Um jovem tímido se esconde em seu próprio mundo até conhecer dois irmãos que o ajudam a viver novas experiências. Embora esteja feliz nessa nova fase, ele não esquece as tristezas do passado, que têm origem em uma chocante revelação.

Esse é mais um com uma maravilhosa adaptação cinematográfica que foi dirigida e escrita pelo próprio autor do livro. Não tinha como dar errado.

Eu vi primeiro o filme e depois li o livro em português. Apaixonada que fiquei pelo filme e pelo livro, fui atrás da versão paperback em inglês por causa da capa que achava a coisa mais linda. A linguagem dele é bem fácil de acompanhar, principalmente porque é em formato de cartas ne. Muitos pedaços das cartas têm no filme igualzinho.

  • Além da literatura infantil, livros jovem adulto e os chamados contemporary podem ser mais fáceis de ler do que por exemplo um livro de fantasia que, muitas vezes, usam palavras muito específicas e até mesmo inventadas.

Looking for Alaska

Sinopse: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras. Cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez.

Quem me conhece sabe que esse é um dos meus livros favoritos da vida e meu objetivo de vida ainda é ter todas as edições. Sou apaixonada. Eu tenho três aqui. Eu li a versão em português e logo fiquei fissurada pra ler em inglês também. Os livros do John Green fazem parte da categoria de “Contemporary” que mencionei anteriormente e, apesar de não lido todos os outros em inglês, acredito que a linguagem também seja de fácil compreensão.

Li apenas o mais recente, Turtles all the way down (na impaciência de esperar a tradução) e foi bem tranquilo de entender.

Sharp objects

Sinopse: Com reviravoltas surpreendentes, Sharp Objects: Objetos cortantes narra o retorno da repórter Camille Preaker, recém-saída de um hospital psiquiátrico, à sua cidade natal para investigar o brutal assassinato de uma menina e o desaparecimento de outra.

Morrendo de vontade de assistir a série e já fascinada pelo que já tinha visto/lido da Gillian Flynn, li Sharp Objects em inglês e o meu amor pela escrita da autora só aumentou. Um dia, se possível quero comprar a coleção completa dela em inglês.

  •  Na hora de escolher um livro para ler em inglês, o gênero de suspense também é um válido a se considerar já que, normalmente, esse tipo de leitura presa pela fluidez de uma leitura rápida.

Esses foram alguns dos livros que eu tenho inglês que super indico principalmente para quem está começando a se arriscar nas leituras estrangeiras.

Não esqueçam de conferir as indicações da Alice lá no @alicescreve

E se quiserem compartilhem com a gente os livros em inglês que você indica ou gosta com a tag #rolenaestante

Até a próxima.

Audiovisual Dicas Livros Transmorfo

Como fazer um booktrailer | E como eu fiz o vídeo de Transmorfo

Fazer booktrailer do seu livro pode ser uma boa estratégia de marketing para ajudar nas vendas e divulgação da sua história.

O ideal seria gravar um vídeo alugando espaços, contratando uma equipe e atores, mas claro que isso sairia muito caro. Além disso, o trabalho se torna ainda mais difícil se o seu livro conta com elementos fantásticos ou locações fora do país. Então como fazer um booktrailer?

Confira o passo a passo que eu usei na construção do booktrailer de Transmorfo.

PESQUISA

Assista booktrailers de livros que você gosta e tente se inspirar. Na minha pesquisa pessoal, fui em busca, principalmente, de livros nacionais, jovem adulto e de suspense.

ROTEIRO

Primeiro, estruture um roteiro, escaleta, ou lista de cenas de como você imagina o seu roteiro.

No exemplo de Transmorfo, eu pensei em cenas genéricas que poderiam se encaixar com o meu livro como por exemplo: neve caindo, sangue escorrendo, pessoas lendo mensagens etc.
Algo que ajudou muito foi escolher uma frase marcante do livro para guia os outros elementos.

Selecionei também uma parte da sinopse para usar como apoio escrito em cards no vídeo e fui alternando com as cenas pretendidas.

BANCO DE IMAGENS

Como mencionado anteriormente, gravar cenas pode custar caro. Transmorfo, por exemplo, se passa no Alasca. Onde eu poderia gravar neve em Salvador, Bahia?
Por causa disso, recorri a bancos gratuitos de imagens para pesquisar vídeos como Pixa Bay, Pexels, Videezy, Coverr e outros.

Levou horas para encontrar cenas que eu gostasse, até porque queria coisas mais específicas e muitas delas não consegui encontrar.

Lembrando que se você puder comprar vídeos nesses bancos, o trabalho se torna mais fácil e o resultado final, único. As imagens que eu usei foram todas gratuitas e livres de direitos.

ÁUDIO

Em busca de criar um impacto maior em meu trailer, eu optei por utilizar o voice over. A minha amiga, Stefany Teixeira, gentilmente concordou em gravar a sua voz, citando um pequeno trecho do meu livro.

Na minha opinião, essa foi a chave para que o booktrailer ficasse mais dinâmico e interessante.

Além disso, procurei uma música, também livre de direitos, que combinasse com o tom misterioso do livro. A biblioteca do youtube é uma fonte valiosa para encontrar, gratuitamente, todo tipo de música.

EDIÇÃO

No exemplo de Transmorfo, eu tentei montar as cenas em sincronia com a música, mas isso não é necessário.

Utilizei o programa Adobe Premiere.

Se você não tem afinidade com edição de vídeo pode também contratar um editor, mas acredito não ser necessário muita experiência para fazer um booktrailer, já que as principais funções utilizadas são o famoso “cortar e colar”. Mas, claro, tudo depende do que você almeja para o seu vídeo.

Por fim, basta divulgar o nome e a capa do seu livro no final, sempre lembrando de deixar o link das suas redes sociais e locais de compra do seu livro.

Espero ter ajudado!

Confira o trailer de Transmorfo no início desse post.

Autoria literatura e escrita criativa Livros Transmorfo

Trecho do meu livro de fantasia urbana: Transmorfo

Tá na dúvida se vale mesmo a pena ler Transmorfo?

Leia o prólogo.

PRÓLOGO

“Você é a próxima aberração no abate”

Um frio percorrerá a espinha de Maddie e ela engolirá em seco enquanto segura o bilhete em suas mãos trêmulas.

Ela lerá a mensagem pela segunda, terceira vez e, então, abrirá a porta com o maxilar travado, esperando encontrar quem quer que tivesse passado o recado por debaixo da porta. O corredor estará vazio exceto por outros quatro pares de olhos amedrontados, observando o espaço vazio.

Essie, ofegante, estenderá na frente do corpo um papel amarelo idêntico ao que Maddie segura.

— Vocês receberam também? — Alisha perguntará, vindo por trás de Essie com seus olhos fulvos de coruja, indicando o bilhete.

Faith e Frankie virão da direção oposta do corredor. A porta do quarto delas visivelmente aberta não muito longe dali. Ambas apresentarão também seus bilhetes.

As cinco garotas se juntarão no corredor a passos lentos, como em uma dança sincronizada, e os bilhetes amarelados, estendidos, se encontrarão no centro. Todos com as mesmas palavras digitadas em uma imitação de letra cursiva em tinta preta.

— Você é a próxima aberração no abate — Faith lerá aos sussurros, temendo cada palavra que sai de sua boca.

Uma porta baterá ao longe, tirando-as de um torpor momentâneo. Elas se entreolharão e Maddie será a primeira a correr em direção ao som. Os instintos felinos despontarão em seu âmago.

O campus da Academia Linnaeus parecerá vazio. A presença das pessoas, assim como seus medos, será inegável. Todas elas estarão escondidas em seus quartos ou atrás dos móveis enquanto o terror escorre pelas paredes.

Maddie virará de forma brusca para a direita ao ouvir passos correndo ao longe naquela direção. Sua intuição gritará que esses passos pertencem ao mensageiro, pertencem ao assassino, ao cortador de gargantas da Linnaeus.

Alisha, Faith, Frankie e Essie não demorarão a alcançá-la e as cinco, em um aceno silencioso, concordarão em seguir em frente. Todas conseguirão ouvir os passos correndo escada abaixo para o enorme espaço no subsolo e o seguirão.

— E se for uma armadilha? — sugerirá Essie, amedrontada. Seu sussurro ecoará tão alto quanto um grito.

— Vamos ter que ver para saber — concluirá Alisha, puxando a arma do cós da calça. A adrenalina que percorrerá o seu corpo será quase visível.

As garotas descerão as escadas em uma velocidade sobre-humana. Àquela altura, o assassino já terá caído na quietude, mas elas seguirão degraus abaixo, com passos em um ritmo bagunçado, até chegarem ao ginásio e à imagem sangrenta gravada nele.

Começará com um fio de sangue desfilando pelo piso azul e preto, manchando as linhas brancas, então se transformará em uma poça vermelha e lambuzada que conduzirá diretamente para uma pilha de corpos desfigurados, irreconhecíveis. Uma pilha de massa corporal, cabelos embolados, roupas rasgadas, sangue grudento, olhos petrificados e, principalmente, medo estampado. Medo humano na sua pior forma: a morte.

Essie gritará. Um guincho agudo de um animal ferido.

Frankie virará a cabeça para o lado sem conseguir suportar a imagem brutal diante de si. Ela se controlará ao máximo para não vomitar nos próprios pés.

Faith se curvará como se tivesse levado um chute no diafragma.

Quantos corpos estarão ali empilhados? Vinte? Trinta? Cinquenta?

A arma tremerá, vacilante na mão de Alisha e seus olhos ficarão marejados, ameaçando transbordar em lágrimas de sentimentos conflitantes.

Maddie não conseguirá parar de encarar a massa disforme de pele e sangue. O coração martelará em seu peito enquanto sua boca assume um gosto ácido.

Todas aquelas aberrações… mortas no abate. E elas serão as próximas.

Além disso, os cinco primeiros capítulos de Transmorfo estão disponíveis para leitura lá no Wattpad.

https://youtu.be/IChBhs9UBHc
Autoria Curiosidades Escrita literatura e escrita criativa Livros Transmorfo

Curiosidades sobre Transmorfo, o meu novo livro de fantasia urbana

Livro aberto

O livro tem 5 pontos de vistas diferentes e cada protagonista tem uma animal de transformação. As cinco são mulheres.

Cara de lobo

Animais de transformação delas: gato, coruja, lobo, coelho, raposa.

Pegadas

Existem Transmorfos Puros e Impuros. Os primeiros se caracterizam por toda uma linhagem de sangue com poder de se transformar em animais de uma mesma família, ainda que varie a espécie. Com os Impuros a habilidade pula gerações, podendo ter apenas uma pessoa na família.

Memorando

Eu escrevi o livro em 2017 e ele passou por várias mudanças. Uma vez tentei mudar a narração dos primeiros capítulos para terceira pessoa, mas não gostei do resultado e mudei de volta para primeira.

Coração vermelho

Em relação aos romance do livro temos: relação entre duas mulheres, um meio triângulo amoroso (que tem uma das pontas proibidas), friends to lovers, o popular e a “certinha”.

Bandeira do Brasil

Apesar de o livro se passar nos EUA, Maddie, uma das protagonistas, é brasileira e sua história abre bastante espaço para que, se uma dia eu quiser, possa escrever um outro livro. (Não era o plano inicial, mas algumas ideias surgiram)

Montanha coberta de neve

Escolhi o Alasca para ambientação do livro por causa do frio, montanhas e fenômeno da aurora boreal. Apesar disso, a porção do estado em que a história se passa é fictícia. Winter Meadow foi criado exclusivamente para abrigar a Academia Transmorfo.

Cabeça explodindo

A Academia para Transmorfos se chama Linnaeus por causa de Carlos Liannaues (ou Lineu), considerado o “pai da taxonomia”. Ele criou a classificação das coisas vivas em uma hierarquia, ou seja, do reino animal.

Gostaram dessas curiosidades?

Vocês já podem adquirir o livro na loja integrada e na Amazon.

Autoria Escrita literatura e escrita criativa Livros Transmorfo

Tudo sobre Transmorfo, meu novo livro de fantasia urbana

Transmorfo é uma fantasia urbana que conta a história de cinco meninas, com habilidade de se transformarem em animais, e que se unem a partir de uma série de assassinatos que ocorre na Academia onde estudam e moram.

Primeiramente, Transmorfos são pessoas que tem a habilidade de se Transformar em animais e, no caso do meu livro, animais de famílias especificas.

PROTAGONISTAS

Temos cinco protagonistas e cinco pontos de vistas nessa história.

Maddie

Maddie se transforma em gato. Depois de perder a sua família e viver muitos anos em um bando de felinos, ela decide recomeçar a sua vida indo para a Academia Linnaeus.

Alisha

Alisha se transforma em coruja. Ela vai para Academia para fugir de um terrível ato que cometeu e tenta ao máximo esconder um segredo sobre seu passado. Mas, claro que não demora muito para esse segredo sangrento ser revelado.

Faith

Faith se transforma em lobo. Ela é a filha “meio que rebelde” da nova diretora da Academia, mas organiza lutas ilegais no campus e ninguém é páreo para ela. Ela se refugia muito na luta.

Frankie

A colega de quarto de Faith é a Frankie, outra das protagonistas, e ela se transforma em coelho. Ela é muito tímida, introspectiva e tem pavor de ser tocada por qualquer pessoa. O fato de os olhos dela serem vermelhos a faz ter um pouco de vergonha da sua aparência.

Essie

Por último, a Essie que se transforma em raposa. Ela quer deixar o estereótipo dela do colégio para trás e recomeçar, mas, logo no primeiro dia de aula a colega de quarto dela é encontrada morta.

AMBIENTAÇÃO

A Academia Linnaeus é uma espécie de faculdade, mas também de abrigo onde os Transmorfos jovens podem ir se refugiar, estudar e treinar. Fica localizado em Winter Meadow, um lugar fictício no Alasca, nos Estados Unidos, que não existe nos mapas. Lá é muito frio e isolado, mantendo a distância de humanos normais e de caçadores.

INIMIGOS

Por puro preconceito, os caçadores abominam os Transmorfos (por isso, eles têm de proteger em lugares como a Linnaeus). Válido dizer que a Maddie tem uma história com um caçador que deixa as coisas meio suspeitas pra ela.

CARACTERÍSTICAS TRANSMORFO

Existe uma questão: alguns traços dos animais de transformação ficam muito evidentes mesmo quando os Transmorfos estão na forma humana, como o olho de Frankie e o de Maddie que é bem dourado.

SOBRE O LIVRO

A partir desse primeiro assassinato, as cinco meninas acabam se unindo porque passam a receber mensagens supostamente do assassino e, assim, começam a investigar. Só que, para isso, elas precisam confiar umas nas outras. Tudo se complica quando mais pessoas sumindo, corpos aparecendo e segredos sendo revelados.

Esse livro tem muito foco nas amizades, não só delas cinco, mas também com outros personagens, assim como várias metáforas sobre discriminação, observando o mundo Transmorfo como sociedade. Claro que também há os problemas clássicos de jovens entre 18 e 20 anos, drama, romance, além de mistério e intrigas.

Eu terminei esse livro em 2017 e, desde então, tem sido uma monta russa. Ele passou por mudanças, ele foi abandonado, ele foi reescrito. E agora, ele finalmente vai chegar nas mãos de leitores e eu não poderia estar mais feliz.

A CAPA

A capa foi criada por mim com ajuda e o molde de Nick Exaltação, minha amiga (que é capista!).

E  na capa aberta temos a aurora boreal um evento que marca o muito o livro em determinado momento.

Me falem nos comentários o que vocês acharam dessa capa.

Enfim, eu estou muito orgulhosa de anunciar que o  livro já está em pré-venda lá na minha loja integrada, assim como o e-book na Amazon.

Lembrando que a estreia oficial é dia 30 de agosto e que as entregas podem sofrer atraso por causa das complicações da pandemia.

Espero que vocês tenham se interessado e espero que gostem da leitura!

Deixem avaliações, me mandem mensagens e perguntas que eu vou amar ouvir e responder.

E esse mês de agosto é o mês de Transmorfo lá no youtube e no meu instagram (@bettinawinkler.pdf) então fiquem ligados para mais informações sobre o livro.

Beijos e até a próxima.

Contos Dicas Escrita

Como eu escrevo: Contos | Dicas + O meu processo de escrita

Oi, gente. Hoje eu vou explicar um pouco sobre a escrita de contos. Muitas pessoas, até mesmo as que já escreveram livros, têm algumas dúvidas sobre a escrita dessa narrativa de forma mais concisa. Às vezes, escrever uma história em poucas palavras pode ser bem complicado.

MEU PROCESSO

Esse é o meu processo mais diferente e aleatório de todas as coisas que eu escrevo. Ao contrário dos livros e dos roteiros, eu não consigo planejar os meus contos. Normalmente funciona assim: eu tenho uma ideia, se ela grudar a ponto de eu ficar remoendo as mesmas cenas por horas, eu sento e escrevo de uma vez só. Depois daí é só revisão, revisão, revisão e sem o intervalo de tempo que eu geralmente dou para os livros. Posso escrever e revisar tudo no mesmo dia.

Por exemplo. A minha amiga maravilhosa, Izzie, começou um grupo de escrita com algumas amigas para que a gente se incentivasse a escrever dentro de um determinado prazo. Para ser mais especifica, foram duas semanas. E o formato obrigatório da primeira semana foi justamente conto O que aconteceu foi que eu tive três ideias com o passar do tempo e nenhuma delas grudou o suficiente para que eu as desenvolvesse. A quarta ideia veio na madrugada do dia do prazo, eu remoí por horas e só no outro dia de manhã escrevi e revisei.

Então, qual é o meu processo de escrita de contos? Ele é praticamente indefinido. Os meus contos que estão disponíveis na Amazon foram todos pensados graças a temas de antologias. Alguns passaram e outros não e, ainda assim, todos foram aprimorados depois dos editais. Lembrando que para antologias, um número máximo de palavras ou caracteres é sempre estabelecido. Leia o edital!

Isso acontece porque normalmente eu dou prioridade a desenvolver livros a partir das minhas ideias. Claro que grande parte não é complexa o suficiente para virar um romance e são elas que mais tarde se tornam contos ou curtas. Mas a verdade é que normalmente eu procrastino escrever as coisas menores justamente por serem mais rápidas e é por isso que meu processo com os contos é tão indeterminado. Por que começar isso agora se eu sei que posso fazer em três horas? É por aí que vai. Não, eu não apoio essa prática, mas é o que funciona para mim.

DICAS

  1. Faça uma premissa e parta daí.
  2. Apresente o incidente incitante da história o mais rápido possível. Se puder fazer isso no primeiro parágrafo, faça.
  3. Apresente os personagens através de situações, diálogos e etc. Não desperdice palavras descrevendo os personagens em excesso, já os introduza nas ações.
  4. Seja específico. Principalmente quando você tiver um limite de palavras.
  5. Faça a história se passar num curto período de tempo. (De novo: principalmente se você tiver um limite de palavras). Se pergunte: É mais fácil descrever os acontecimentos de um dia ou de um ano dentro do espaço de 500 palavras?

Lembrando que nada disso são regras! Adapte o que for melhor para você e sua escrita.

YOUTUBE

Vocês têm vontade ou já escreveram um conto? Me conta aí nos comentários!

Autores Autoria Escrita Livros

Tudo sobre Grim Reaper, o meu primeiro livro publicado

Com grande influência da escrita de Cassandra Clare, Jornada da Morte é o primeiro livro da série Grim Reaper, escrito por Nick Exaltação e, eu, Bettina Winkler.

Conta a história de Amy Buckley, uma menina entediada com seu cotidiano que muda de vida drasticamente após a um grave acidente cujo foi a única sobrevivente. Um ser encapuzado passa a segui-la e a morte se torna uma constante em sua vida.

Mas o que isso quer dizer?

MITOLOGIA

A mitologia de Grim Reaper — apesar de fortemente baseada em contos, mitos e lendas como Shinigamis e Anubis, além da típica figura ocidental do ser cadavérico que resgata as almas, — também conta com diversos elementos únicos a começar pela coletividade.

Não existe apenas um Ceifador, mas toda uma Dimensão, chamada a Dimensão da Morte, composta por eles e liderada por um conselho de Ceifadores anciões. Um sistema de coleta de almas foi criado, direcionando assim, cada Ceifador ao seu trabalho. Os nomes das almas aparecem e seus Livros da Morte e é assim que eles sabem qual alma resgatar.

Claro que, Amy, nossa protagonista, é uma exceção a essa regra, mas isso já é um pequeno spoiler.

Há os Túneis da Morte, ou seja do céu e do inferno (também chamado de Dimensão das Trevas), mas não são os Ceifadores que decidem onde cada alma deve ir. E há ainda almas devastadas, perdidas e condenadas a vagarem, sem rumo, pelo mundo dos vivos. Elas são diferentes dos Fantasmas do livro, que são uma junção de alma com demônio.

E falando nisso, a presença de demônios, tanto baseado em lendas, quanto criados por nós, também é importante de se mencionar. As Dracuns, por exemplo, que são demônios em formato de gárgulas e, normalmente, fazem o trabalho sujo de quem não quer sujar as mãos…SUSPENSE.

Em adição, ainda há as figuras misteriosas do Deus da Morte e do Senhor do Tempo, criaturas jamais vistas, mas fortemente respeitadas e com grande poder em mãos. Quem são eles? Bom, ninguém sabe. Ainda.

A maior autoridade do mundo dos Ceifadores é o Supremo Ceifador da Morte, o encarregado pelo Livro Supremo da Morte.

Para entender melhor, confira esse trecho:

— Os nomes, locais, datas, só aparecem momentos antes das mortes. Depois que eu coleto as almas, esses registros desaparecem e vão para o Livro Supremo da Morte. É um livro maior que fica na Dimensão da Morte, e é nele que estão todos os registros, de cada alma e o túnel para onde vão.

— Túnel?

— Existem dois. O túnel do Inferno e do Céu. Os nomes das almas aparecem com os seus respectivos túneis. — Ele responde.

— Quem cuida do Livro Supremo da Morte?

— O Ceifador Supremo. Há muito ainda que você precisa entender sobre o meu mundo.”

Nesse mundo de fantasia há regras, vocabulário próprio e muitos mistérios.

LOCAÇÕES

A história se passa em São Francisco, Califórnia. E apesar de Nick e eu nunca termos pisado nos Estados Unidos, foram feitas muita pesquisa e muitas viagens pelo Google Maps.

Além da constante neblina que encobre a cidade californiana, locações como a ponte Golden Gate, a Prisão de Alcatraz, Grace Cathedral o Museu Exploratorium são peças chaves na história e tem importância fundamental na construção do plot, fazendo com que fosse impossível que a ambientação acontecesse em qualquer outro lugar.

PUBLICAÇÃO

Em 2015, Jornada da Morte foi publicado por uma pequena editora e em 2017 a sua continuação, O Deus do Caos, também. Mas, logo a editora fechou e o livro parou de ser produzido.

Confira aqui a história da nossa publicação.

Mas, em 2020, colocamos a versão digital dos livros de volta na Amazon e estamos prestes a fazer versões físicas independentes! Isso mesmo, Grim Reaper está de volta!

E isso significa que muito em breve também voltaremos a trabalhar no último livro da trilogia, tão esperado e desejado por nossos leitores.

Você conhecia a nossa série Grim Reaper?

Confira o Book Trailer de Jornada da Morte:

Autoria Contos Escrita literatura e escrita criativa

A Assimetria do Toque (Conto)

TW: abuso (implícito)

Eu sabia que não deveria sorrir.

Minhas pernas doíam, o estômago se embrulhava e a boca estava seca, como se tivesse comido areia morna. Tudo fruto da festa da noite passada.

O sol já havia nascido há algum tempo quando cheguei ao cemitério. Felizmente, não era muito longe de casa e eu sabia que o enterro já havia começado.

Observava de longe, escondida atrás de uma árvore, aquelas pessoas lamentarem a morte daquele homem nojento e terrível enquanto o pastor entoava palavras de amor e compaixão que me enojavam. Como poderiam amá-lo quando ele me tocou quando não deveria, onde não deveria? Já fazia alguns anos, mas ainda me assombrava quando fechava os olhos ou quando o toque vinha de outro.

Tentei descobrir qual daquelas mulheres chorosas, de óculos escuros, era casada com ele. Será que ela sabia que agora estava livre?

A pior parte era ver o meu pai no meio deles. Como ele poderia estar ali quando ele sabia? E se ele não sabia, como poderia não saber? Estava tão óbvio… aconteceu debaixo de seu nariz, dentro de sua casa, cometido por seu colega de trabalho e amigo de bar.

Que ele queime no inferno.

Sorri de novo sem que nenhum tipo de remorso me atingisse. Estava cansada do remorso. Tudo que sentia era alívio.

Agora que havia me certificado que era real, virei as costas e comecei a ir para casa, mas algo na esquina seguinte me impediu de continuar.

Reconheci o topo da sua cabeça castanha e suada ao se curvar para vomitar na beira da calçada.

Dessa vez a culpa me alcançou. Era ele! O garoto que havia me tocado durante toda a noite anterior.

Expulsei o sentimento de mim. Aquilo não era a mesma coisa. Eu havia permitido que o fizesse. Além disso, foi diferente, carregado de uma ternura que havia me surpreendido mesmo na embriaguez e no desconhecido. Tinha beijado minha testa enquanto esperávamos na fila para comprar bebida, acariciado meus cabelos quando fiquei sonolenta, me abraçado durante o tempo em que dançávamos na pista.

Eu disse ao meu cérebro: Não, isso não é a mesma coisa.

Me aproximei devagar enquanto ele limpava a boca com as costas da mão. Já ia cumprimenta-lo quando ele sacudiu as mãos para mim.

— Gostaria muito que não tivesse me visto assim — riu, sem graça, afastando os cabelos grudados na testa.

— Você está bem? — perguntei, olhando ao redor em busca de um vendedor de água, mas é claro que não haveria ninguém vendendo nada a uma quadra de distância do cemitério local.

Ele cuspiu no chão e tirou do bolso um pacote de balas de hortelã. Enfiou uma na boca e me ofereceu outra. Minha boca de areia salivou. Aceitei o doce e agradeci.

— O que faz aqui? — perguntou primeiro que eu.

Escondi a bala na bochecha esquerda antes de responder:

— Moro a duas quadras daqui, mas estava… fazendo uma visita.

— Veio direto da festa? — questionou, me observando.

Dei de ombros, fingindo indiferença.

— E você?

— Isso vai parecer muito mórbido, mas estou indo a um enterro. — Ele apertou os lábios rechonchudos como se estivesse ainda mais constrangido por aquilo do que pelo vômito.

— E veio direto da festa? — repeti sua frase, causando-lhe uma risada afetada.

— Eu precisava me distrair… por isso fui a festa. Se quer saber, você ajudou bastante. — explicou.

— Eu sou mesmo uma boa distração — comentei, sem querer, soando mais magoada do que engraçada. Ele percebeu também.

— Não é exatamente do que eu te chamaria. Pretendia te chamar para sair um dia desses, mas depois desse nosso encontro, — sinalizou o espaço entre mim e ele como se apontasse para o tempo presente — descartei a possibilidade, por causa de todo o vômito, do enterro e tudo mais.

Eu ri.

Depois de alguns segundos de silêncio, analisei o seu rosto que observava além de mim, como se pudesse enxergar o cemitério dali.

Um pensamento pairava sobre minha cabeça, terrível demais para que eu perguntasse. Mas agora o meu estômago estava ainda mais embrulhado e a bala em minha boca ficava cada vez mais enjoativa. Eu seria a próxima a vomitar.

— Está triste? — sondei.

— Claro que sim, — respondeu de um jeito ensaiado, desprovido de emoção.

— Está? — forcei a pergunta, exigindo mais do que aquela resposta. Queria cuspir a bala.

— Tenho que estar. Estou triste, mas também estou aliviado. —  Confessou de uma vez. —  Vim por causa da minha mãe, entende? Mas estou aliviado. — Sua frase soou como um balbucio.

Senti o gosto da bile.

— Aliviado? — repeti com dificuldade.

— O meu pai… ele não era um cara legal. — Ele baixou os olhos e disse mais algo que não consegui ouvir. — É melhor eu ir… já começou faz um tempo.

Anui e voltei a andar. Não me despedi e nem olhei para trás, mas senti seu toque quente em meu ombro e congelei.

— Eu te ligo.

Sua mão se demorou ali e senti a assimetria do toque com a lembrança das mãos dele, me esforçando para lembrar que aquele garoto não era o seu pai, assim como eu não era o meu. Meu corpo relaxou com a realização e mesmo sabendo que não deveria, cheguei à porta de casa com um tipo diferente de sorriso, carregado da leveza do fantasma do toque afável, concedido. Questionei a temporariedade, antes tão determinada, como normalmente acontece nas festas, daquilo que poderia não dar em nada, mas que ainda assim já era algo.

Sentindo o vento frio, resquícios da madrugada, com os braços ao redor do meu próprio corpo, percebi que pertencia a mim mesma a ponto de sorrir quando não devia e ser tocada apenas quando desejasse.