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Contos Escrita literatura e escrita criativa Livros

O que é realismo mágico?

Você sabia que a nossa antologia publicada pela @harlequinbrasil é de realismo mágico?

Mas o que é esse tal de realismo mágico?

REALISMO MÁGICO é a mistura dos elementos (personagens, cenários, situações etc.) da realidade cotidiana com elementos de universos folclóricos, oníricos ou míticos. Como há total incorporação desses elementos extraordinários e fantásticos, há uma naturalização de sua coexistência com a realidade objetiva.

(portugues.com.br)

ORIGEM E CONTEXTO

Alejo Carpentier é amplamente considerado o fundador do realismo mágico latino-americano e utilizou o termo lo real maravilloso para referir-se a um conceito que poderia representar os aspectos singulares da América Latina, em toda sua diversidade cultural e étnica.

(escotilha.com.br)

Em um contexto marcado por ditaduras militares em quase todos os países da América Latina, uma literatura metafórica e com elementos ficcionais altamente fantasiosos poderia facilmente passar despercebida pelos censores ditatoriais, além de que os absurdos da realidade se tornariam mais evidentes ao serem narrados de forma descomprometida com a lógica racional.

(mundodaeducacao.uol.com.br)

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

  • Enredos marcados pela presença de elementos sobrenaturais;
  • Tempo da narrativa não linear, em que passado, presente e futuro tendem a misturar-se;
  • Elementos da realidade lógica convivem com elementos mágicos;
  • Linguagem mais subjetiva, com a presença de metáforas;
  • Presença de alegorias;
  • Presença de alguma crítica político-social velada.

POLÊMICA

Existe ainda uma polêmica em relação ao gênero que diz que ele é exclusivo da cultura latino-americana, portanto só é considerado realismo mágico quando escrito por alguém latino.

Por exemplo, o livro todos os santos malditos tem todas as características de um realismo mágico, inclusive os personagens são latinos, porém a própria autora, Maggie Stiefvater, já falou sobre o assunto no Twitter e disse que sim, tem total influência do realismo mágico, mas ela não considerava a obra como do gênero por ela ser norte-americana.

Onde se encaixaria Haruki Muraki então? Autor japonês com diversos títulos considerados de realismo mágico.

Talvez algum especialista em literatura saiba explicar melhor do que eu, mas fica aí o questionamento.

ALGUMAS OBRAS DE REALISMO MÁGICO

  • A Casa dos espíritos
  • Se tu me quisesse
  • Imenso oceano
  • Os fantasmas de ophelia
  • Isso não é um conto de fadas
  • Pequeno principe
  • A metamorfose
  • Torto arado
  • A outra garota negra
  • O triste fim de policapor quaresma
  • Cem anos de solidão
  • Onde o vento faz a curva
  • O oceano no fim do caminho
  • Um espelho na floresta
Autores Livros resenha literária

[Resenha Literária] Peregrinas de Calmaria e Tormenta, fantasia épica nacional escrita por Laís Napoli.

💫”Coisas sem explicação acontecem, mas isso não significa que elas não sejam reais.”

📚Peregrinas de Calmaria e Tormenta, uma das melhores fantasias épicas que eu já li (se não a melhor).

Vou confessar que há algum tempo tenho fugido das séries de fantasia, com preguiça de pegar um livro já sabendo que vinha um monte depois daquele, mas a Laís Napoli (@dicionariodafantasia) me deixou completamente rendida por Peregrinas.
Esse é o primeiro livro de uma série de fantasia e que abriu com chave de ouro as portas para esse universo.

📝Esse livro foi uma experiência única para mim tanto como leitora, quanto como escritora, já que graças aos mimos do @ofantasticoclube tivemos a oportunidade de conversar diretamente com Laís, que é super acessível e disposta.

💛A escrita da autora é impecável e são tantos pontos fortes que é difícil até de citar tudo. O mundo é muito bem construído e as características dele são apresentadas ao leitor de uma forma tão sutil e integrada à história que em nenhum momento fica exagerado ou cansativo; os personagens são muito humanos cheios de falhas morais, profundos e com personalidades em camadas, e eles vão evoluindo com o passar da história, deixando a dinâmica entre eles cada vez mais gostosa de acompanhar; o caos simplesmente não para, é TIRO atrás de TIRO, faca no pescoço, gritaria, mortes e confusão. A amizade entre as mulheres de Peregrinas é simplesmente TUDO para mim. Nada que tá ali é por acaso, tudo tem um background, tudo se encaixa, tudo acontece e é descrito de forma poética e ao mesmo tempo concisa e coerente A Laís simplesmente faz TUDO.

🗣Então, se você tá procurando uma fantasia que te envolva do início ao fim, tira a cara dos livros gringos porque uma das melhores autoras de fantasia tá bem aqui no seu país. Leiam Peregrinas de Calmaria e Tormenta e vamos juntos encher o saco da Laís até ela lançar uma versão física do livro <3

Dicas Escrita

Conheça a escrita da descoberta (discovery writing) e comece a escrever o seu livro agora mesmo

Oi, gente.

Vocês já ouviram falar na escrita da descoberta ou discovery writing?

Antes de explicar o que é a escrita da descoberta, primeiro eu tenho que explicar o conceito dos dois tipos de escritores: o escritor arquiteto e o que é escritor jardineiro, conhecidos também como planner e pantser.

O escritor arquiteto é aquele que precisa planejar todo o livro antes de começar a escrever. Ele planeja os personagens e suas características, pensa no arco dramático de forma geral, com início, meio e fim definidos, além de background dos personagens, características do mundo e tudo mais., até mesmo descreve o que vai acontecer em cada capítulo.

Já o jardineiro, ele só senta e escreve, deixa a história fluir. Deixa a vida me levar mesmo, sabe?

Um autor famoso que é jardineiro é o Stephen King e ele fala sobre isso no livro dele Sobre a Escrita.

Até porque antes ele tinha um problema com álcool e drogas e sentava no computador doidão e cuspia um monte de história uma atrás da outra.

Mas enfim.

Já a escrita da descoberta, é um meio termo ou uma mistura dos dois. Eu nem sei se o termo é esse mesmo, mas eu ouvi pela primeira vez por meio de uma autora canadense que faz vídeos de escrita no youtube, a Shaelin Bishop, como discovering writing e percebi que esse é o tipo de escrita que mais se aproxima do meu processo.

Ele consiste basicamente em planejar um pouco e deixar a história fluir um pouco.

Eu por exemplo, costumo planejar de uns 5 capítulos por vez, escrevo e vejo pra onde vai.

Pelo menos no que diz respeito a um romance, um livro.

Na escrita da descoberta você pode planejar um pouco, mas nada é lei, você fica livre pra alterar suas decisões enquanto escreve, até porque todo mundo sabe que os personagens tem vida própria né.

Pode ser um processo mais longo, com risco de travadas aqui e ali porque em alguns momentos você pode se perder um pouco, como acontece às vezes com os autores jardineiros, nesses momentos vale a pena parar analisar e planejar para onde vai com a história, mas não tão adiante, só o suficiente para desviar daquele obstáculo no seu caminho.

Deu para entender?

Conta para mim nos comentários que tipo de escritor você é!

Autores Dicas Escrita Organização

Hydra Produção Editorial, serviços editoriais para autores independentes

A Hydra Produção Editorial, formada por Bettina Winkler, Carol Barbosa, Manoel Carlos Alves e Nick Exaltação, chega com o desejo proporcionar serviços de qualidade e preços justos.

🏛 Sob a perspectiva de priorizar escritores e editoras independentes, a Hydra oferece:

▪️Revisão;
▪️Preparação de texto;
▪️Diagramação;
▪️Design de capa;
▪️Leitura sensível e/ou crítica

🏛 Além dos serviços individuais, a produtora também conta com combos e trabalhos personalizados, mantendo a crença em uma ética virtuosa e honesta para ambas as partes.

🏛 As atividades realizadas, assim como o custo individual, combinado ou personalizado, podem ser consultadas em nosso perfil do Instagram ou através do nosso email: hydraproducaoeditorial@gmail.com

Autoria Contos Escrita literatura e escrita criativa Livros Transmorfo

Lagomorpha, um conto no universo de Transmorfo

Vamos reencontrar a Frankie, uma das protagonistas do meu livro, TRANSMORFO, e eu não poderia estar mais empolgada de trazer vocês comigo para revisitar esse universo.

Lagomorpha conta a história de uma das protagonistas de Transmorfo, meu livro independente de fantasia urbana. Frankie tem o poder de se Transformar em coelho e por isso, em sua forma humana, ela tem os olhos vermelhos e a pele e os cabelos brancos. Algum tempo depois dos acontecimentos de Transmorfo, Frankie tem que revisitar os fantasmas e traumas do seu passado ao voltar para casa e lidar com um novo perigo inesperado. É só isso que eu vou dizer kkk.
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Eu estou super ansiosa para esse conto chegar até vocês, Transmorfãs. E para quem ainda não leu o livro, dá para ler o conto sem ter lido Transmorfo. Mas claro que seria melhor ler na ordem certinha.
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Querem saber mais um pouquinho do que vai acontecer? Se liga nessa sinopse.
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📚Frankie Green, a garota de cabelos brancos e olhos rubros, que se transforma em Coelho, precisa voltar para casa. O lugar de onde foi expulsa. O único lugar para o qual nunca deseja retornar. Contudo, após um comunicado urgente, a jovem Transformo precisa abandonar tudo o que tem, tudo o que é, para entender tudo o que poderia ter sido. Com a mãe no hospital, traumas de infância e lembranças dolorosas em cada canto da cidade, Frankie precisará aprender a lidar com o que deixou para trás e, acima disso, com a inesperada ameaça mortal que está prestes a destruir a sua vida. É agora ou nunca.
Do universo do livro TRANSMORFO, Lagomorpha introduz mais um capítulo para a saga de fantasia urbana que vem conquistando leitores em todo o país.

Confira o Booktrailer de Lagomorpha.


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💛Curtiram? Esse conto é apenas o primeiro que pretendo lançar nesse universo. É isso aí, não consegui me desapegar, mas eu sei que vocês também não!

Confira o que as pessoas estão achando:

Meus leitores são incríveis e só tenho a agradecer por todo o apoio dos Transmorfãs.

Dicas Escrita

Como lidar com o bloqueio criativo

Esse é assunto que muita gente me pede para falar sobre e isso não é uma coincidência.

E eu estou dizendo isso porque eu mesma já me escondi muito nessa desculpa de que estava com bloqueio criativo. E isso ainda acontece de vez em quando. Meu cérebro, de forma automática, pensa que estou com bloqueio, mas quando eu paro para pensar mais ativamente, percebo que é só uma desculpa.

O bloqueio criativo, na grande maioria das vezes, é uma forma de auto sabotagem e de perfeccionismo.

Algumas vezes, mesmo quando temos VONTADE de escrever, não conseguimos nos agarrar a uma ideia concreta o suficiente para escrevê-la, parece tudo solto demais para se transformar numa história.

Ou as vezes a gente acha que tem que planejar mais, estudar mais, a “aprender a escrever”. Esse tipo pensamento nos paralisa.

A primeira coisa que precisa ser ignorada é o perfeccionismo. Você precisa começar a escrever, mesmo que você ache que está tudo horrível.

Eu sempre digo: dá para consertar uma página ruim, mas não dá para consertar uma folha em branco.

No livro A Grande Magia da Elizabeth Gilbert, que aliás é uma leitura que recomendo para quem trabalha com criatividade, a autora trata as ideias como magia de certa forma, como algo que tem vida e vontade própria. Você e a ideia são duas unidades trabalhando em conjunto. Então, quando você tem uma ideia, não a deixe parada, não a negligencie, pois se não ela vai se apresentar a uma outra pessoa. E quantas vezes isso já aconteceu com você? Você teve uma ideia, não fez nada sobre ela e quando já tinha se esquecido apareceu uma outra pessoa que teve a mesma ideia que você, mas a desenvolveu e a apresentou ao mundo e você ficou de mãos vazias?

E se você precisa de incentivo, inspiração, motivação, ou seja lá como você queira chamar, não espere cair do céu. Corra atrás, cultive a sua ideia.

Algumas dicas:

Playlists


Para cultivar a minha inspiração eu ouço playlists. De preferências instrumentais. Claro, isso pode funcionar de maneiras diferentes para pessoas diferentes, mas para mim são as músicas sem letra que instigam a minha mente. Uma em particular, Peaceful Piano do Spotify, nunca falha em encher minha cabeça de epifanias. Outra que eu também estou ouvindo muito ultimamente é a Gentle Rains que são só barulhos de chuvas.
Eu gosto de fazer playlists inspiradas nas minhas ideias também, com músicas com letra, mas essas eu não uso para escrever exatamente para escrever. É como se fosse um acessório da história.

Pinterest

Uma coisa que sempre me ajuda é o Pinterest. Eu coloco palavras chaves relacionadas a minha ideia, ainda que de maneira superficial, na busca do site e um turbilhão de fotos inspiradoras surgem. A partir daí, crio uma pasta e adiciono as imagens que parecem se adequar a minha história.

Inspiração

Como eu falei antes, não dá para ficar esperando a inspiração aparecer e um bom jeito de invocar “a musa” é consumir conteúdo que tenha o mesmo estilo, “vibe” do que você quer escrever. Eu costumo recorrer a séries ou filmes que são mais rápidos do que, por exemplo ler um livro, mas você pode optar também por contos e até mesmo vídeos no Youtube. Faça uma listinha e maratone.

Página de brainstorming

Despeje todas as suas ideias numa folha, boas ou ruins, e só depois escaneie o que é aproveitável para sua história.

Escreva tudo

Não confie no seu cérebro. Não deixe de anotar nada com a desculpa de que “vai lembrar depois”, você não vai. Além disso, correr para anotar uma ideia fresquinha pode desencadear uma série de mais ideias que podem ajudar no desenvolvimento principal. Escreva tudo!

Se organize

Ajuste o seu tempo escrita e suas tarefas para não acabar recorrendo a famosa frase “estou sem tempo”. Claro, cada pessoa tem sua demanda de afazeres que podem, ou não, vir na frente da escrita, mas isso é algo que deve ser levado em consideração na hora de separar um tempinho para escrever, nem que seja meia hora por dia, sem deixar de considerar também os descansos e intervalos.

Imponha prazos a si mesmo. Estude qual tipo de organização é melhor para você, se você precisa de um outline, um mapa mental, uma linha do tempo para começar a sua história. Só não vale procrastinar e colocar a culpa no bloqueio, né?

Autores Autoria Escrita Livros

Tudo sobre Grim Reaper, o meu primeiro livro publicado

Com grande influência da escrita de Cassandra Clare, Jornada da Morte é o primeiro livro da série Grim Reaper, escrito por Nick Exaltação e, eu, Bettina Winkler.

Conta a história de Amy Buckley, uma menina entediada com seu cotidiano que muda de vida drasticamente após a um grave acidente cujo foi a única sobrevivente. Um ser encapuzado passa a segui-la e a morte se torna uma constante em sua vida.

Mas o que isso quer dizer?

MITOLOGIA

A mitologia de Grim Reaper — apesar de fortemente baseada em contos, mitos e lendas como Shinigamis e Anubis, além da típica figura ocidental do ser cadavérico que resgata as almas, — também conta com diversos elementos únicos a começar pela coletividade.

Não existe apenas um Ceifador, mas toda uma Dimensão, chamada a Dimensão da Morte, composta por eles e liderada por um conselho de Ceifadores anciões. Um sistema de coleta de almas foi criado, direcionando assim, cada Ceifador ao seu trabalho. Os nomes das almas aparecem e seus Livros da Morte e é assim que eles sabem qual alma resgatar.

Claro que, Amy, nossa protagonista, é uma exceção a essa regra, mas isso já é um pequeno spoiler.

Há os Túneis da Morte, ou seja do céu e do inferno (também chamado de Dimensão das Trevas), mas não são os Ceifadores que decidem onde cada alma deve ir. E há ainda almas devastadas, perdidas e condenadas a vagarem, sem rumo, pelo mundo dos vivos. Elas são diferentes dos Fantasmas do livro, que são uma junção de alma com demônio.

E falando nisso, a presença de demônios, tanto baseado em lendas, quanto criados por nós, também é importante de se mencionar. As Dracuns, por exemplo, que são demônios em formato de gárgulas e, normalmente, fazem o trabalho sujo de quem não quer sujar as mãos…SUSPENSE.

Em adição, ainda há as figuras misteriosas do Deus da Morte e do Senhor do Tempo, criaturas jamais vistas, mas fortemente respeitadas e com grande poder em mãos. Quem são eles? Bom, ninguém sabe. Ainda.

A maior autoridade do mundo dos Ceifadores é o Supremo Ceifador da Morte, o encarregado pelo Livro Supremo da Morte.

Para entender melhor, confira esse trecho:

— Os nomes, locais, datas, só aparecem momentos antes das mortes. Depois que eu coleto as almas, esses registros desaparecem e vão para o Livro Supremo da Morte. É um livro maior que fica na Dimensão da Morte, e é nele que estão todos os registros, de cada alma e o túnel para onde vão.

— Túnel?

— Existem dois. O túnel do Inferno e do Céu. Os nomes das almas aparecem com os seus respectivos túneis. — Ele responde.

— Quem cuida do Livro Supremo da Morte?

— O Ceifador Supremo. Há muito ainda que você precisa entender sobre o meu mundo.”

Nesse mundo de fantasia há regras, vocabulário próprio e muitos mistérios.

LOCAÇÕES

A história se passa em São Francisco, Califórnia. E apesar de Nick e eu nunca termos pisado nos Estados Unidos, foram feitas muita pesquisa e muitas viagens pelo Google Maps.

Além da constante neblina que encobre a cidade californiana, locações como a ponte Golden Gate, a Prisão de Alcatraz, Grace Cathedral o Museu Exploratorium são peças chaves na história e tem importância fundamental na construção do plot, fazendo com que fosse impossível que a ambientação acontecesse em qualquer outro lugar.

PUBLICAÇÃO

Em 2015, Jornada da Morte foi publicado por uma pequena editora e em 2017 a sua continuação, O Deus do Caos, também. Mas, logo a editora fechou e o livro parou de ser produzido.

Confira aqui a história da nossa publicação.

Mas, em 2020, colocamos a versão digital dos livros de volta na Amazon e estamos prestes a fazer versões físicas independentes! Isso mesmo, Grim Reaper está de volta!

E isso significa que muito em breve também voltaremos a trabalhar no último livro da trilogia, tão esperado e desejado por nossos leitores.

Você conhecia a nossa série Grim Reaper?

Confira o Book Trailer de Jornada da Morte:

cinema Dicas Escrita

ROTEIRO X LIVRO: 3 COISAS QUE DIFERENCIAM A ESCRITA DE ROTEIROS DA ESCRITA DE LIVROS

Para quem não sabe, eu estava cursando o quinto semestre da faculdade de cinema (O corona vírus deu uma atrasada nos planos). E assim que a gente entrou no curso, foi pedido que escrevêssemos roteiros sem nem ter tido aula de roteiro ainda. É eu sei, não faz sentido. E a primeira coisa que notei nas pessoas foi que todo mundo tentava escrever os roteiros do jeito que elas liam livros, isso porque é natural tentar imitar o que a gente já conhece a escrita. Todo mundo já leu um livro, mas poucas pessoas já leram um roteiro. Até mesmo na faculdade de cinema.

Enfim, a questão é que a diferença está não somente na estrutura, mas no jeito de escrever, no foco e função de cada um.

Eu já escrevi 6 livros, 6 curtas, 1 web série de 6 episódios e 1 longa… e meio. E eu não sou nenhuma expert no assunto e ainda tenho muito a aprender. Ainda assim vou falar as principais dicas que diferenciam um livro de um roteiro.

  1. MOSTRE, NÃO CONTE

Se você já procurou dicas de escrita você provavelmente já ouviu alguém dar o famoso conselho “show, don’t tell” “mostre, não conte”. Se isso já se aplica a literatura, imagina no roteiro. Nos livros você tem a opção de mostrar o que os personagens estão pensando, detalhar sua linguagem corporal, narrar os seus sentimentos e contar quando estão mentindo e porque estão mentindo. No roteiro nada disso é descritível, tudo tem que ser mostrado com ações. Fulano de tal não está apressado, fulano de tal está correndo. Fulano de tal não está triste, fulano de tal está chorando. Fulano de tal não está nervoso, fulano de tal está roendo as unhas. Dá pra entender? Tudo tem que ser mostrado.

2. ESTRUTURA

Na literatura escrevemos no que é chamado de prosa, no caso, se você estiver escrevendo um romance. Lembrando que romance é uma história completa de um livro e não o gênero romance. Romance pode ser fantasia, suspense, terror.

No roteiro a estrutura é toda pensada para a ação de gravar. Você precisa indicar onde a cena vai acontecer, se é num lugar externo ou interno e em que hora do dia. Quando um personagem fala, você precisa indicar quem está falando com o nome antes do diálogo. Acredito que talvez seja por isso que uma das etapas da escrita do roteiro seja o argumento, onde você pode deixar a estrutura de lado e escrever mais livremente, sem essas indicações, como se fosse realmente um livro (lembrando que digo isso apenas em termos de estrutura) e só mais tarde, na escaleta, detalhar espaço e horário nos títulos.

3. TAMANHO

Como um roteiro não descreve nem pensamentos e nem sentimentos, no fim, as páginas são em menor quantidade. Já escrevi roteiros de uma folha para um curta metragem!

Em média, um longa tem 100 páginas. Em média, um livro tem entre 200 e 400 se não for alta fantasia ou um gênero mais complexo. É por isso que quando acontece uma adaptação cinematográfica, muitas coisas são cortadas do livro para o cinema. Se um roteiro tiver 300 páginas, o filme teria bem mais que 3 horas. Nem todos podemos gravar um The Irishman, né?

Pessoalmente, o meu processo de escrita para os dois tipos de textos segue linhas bem diferentes, apesar de sempre optar por começar por um outilne, ou beat sheet no caso dos roteiros. Os roteiros passam por mais etapas enquanto os livros passam por mais revisões. Tudo isso é do meu ponto de vista e da minha experiência como escritora. Acredito que é diferente para cada pessoa.

E na sua opinião quais são as principais diferenças entre escrever livros e roteiros? Já teve a experiência de escrever nos dois formatos ou em outros formatos de texto? Me conta como foi.